Por João Vítor Reis
A última mesa do XIV Controversas contou com a presença dos profissionais Felipe Borba e Eduardo Heleno de Jesus Santos para tratar do cenário político pós-eleitoral no Brasil. Entre concordâncias e algumas divergências, os profissionais destacaram a incerteza ligada ao ano de 2019, após a posse de Jair Bolsonaro.
Os convidados buscaram levantar hipóteses para explicar o resultado das urnas. Nesse sentido, ambos concordaram que houve um processo de enfraquecimento do Partido dos Trabalhadores (PT, que ficou no poder por dez anos) mas enxergam causas diferentes para isso. Eduardo Heleno acredita num afastamento do PT de suas bases. Para ele, um partido de esquerda, quando fica muito tempo no poder, tem uma tendência em se distanciar de suas raízes e ir caminhando para o centro.
Já Felipe Borba identifica uma perda na capacidade do PT para mobilizar eleitores do centro, algo que Bolsonaro conseguiu fazer com mais eficiência. Segundo Felipe, as causas para a escolha do próximo presidente estão atreladas, principalmente, ao movimento antipetista e à insatisfação do povo com quem estava no poder.
Por fim, Eduardo Heleno tratou de fazer algumas ponderações e frisou a importância de se ter serenidade num momento onde a tensão parece tomar conta de boa parte da população. De acordo com o convidado, o fenômeno que se aproxima [a eleição de um presidente de ultra-direita] gera uma lembrança de momentos mais turbulentos do passado, mas que é importante lembrar que o contexto agora é bem diferente.
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